Reinos de Guilenor
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 Um Dragão em Exílio

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Mateus
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MensagemAssunto: Um Dragão em Exílio   Um Dragão em Exílio EmptyTer Dez 01, 2015 1:25 am

O jovem de cabelos platinados não conseguia conter um suspiro aliviado ao ver o porto cada vez menor conforme o navio em que estava se afastada, embora as lágrimas brotassem de seus olhos de forma involuntária. As areias do Kharid eram a única casa que conhecia, apesar de saber que o pai estaria no lugar para onde ia, e ainda lhe doía o fato de ter que ir embora fugindo. Aquilo era extremamente injusto.
- Ele teve o que mereceu - Disse Lorde Cerran quando Daeron fugira de Kharid-Et para Sun's Keep, com a Guarda Real perseguindo-o. - Mas agora eu não posso lhe ajudar. Vá, garoto, siga para fora dos limites da cidade. - O irmão havia lhe arranjado peruca e barbas falsa. Parecia algum comerciante ganancioso vestindo aquilo, mas era o único jeito de ir embora em segurança, bem sabia. Mal o corpo do Rei havia esfriado e um preço já havia sido colocado em sua cabeça.
Mesmo em Casterly Sand, uma pacata cidade portuária que, apesar de ser um dos portos mais ricos daquela região, era ofuscada pela grandiosidade de Karth, ouvira os rumores de que o assassino do rei estava à solta e que a rainha prometera cem mil leões de ouro para quem trouxesse sua cabeça.
- Era o próprio irmão dele... - O dono da taverna murmurou, quando ele teve a ousadia de perguntar, embora fosse mais por curiosidade do que qualquer outra coisa. - O garoto Mahgno passou a espada pelas costas dele e depois tentou levar a cabeça embora, segundo ouvi - "Mentira", quis dizer. "Não foi nada disso. Foi um duelo, um duelo provocado por ele mesmo." Mas atrair atenção era o que ele menos precisava.
O navio continuava em seu ritmo lento, com somente o mar abaixo de seus pés conforme ele ia. Lembrava-se da dança da morte que havia sido provocada pelo irmão na sala do trono quando andava cambaleante pelo convés. Não bastava ser a primeira vez que ia para alto mar, estava bêbado como um porco, uma tentativa de se livrar da culpa. Mas ele sabia que nunca se livraria dela.
A tripulação do Ugthanki Maldito era amigável, apesar disso. Amigável com um comerciante rico que espalhava moedas em troca de silêncio, mas ainda assim amigável. Os dias de viagem haviam se resumido a perder dinheiro, beber vinho e vomitar, mas após o sétimo dia, já haviam subido o Rio Salve e se aproximavam do porto de Senntisten.
- Essa sim é a maior cidade do mundo - Disse um tripulante, com o qual discutira num dos poucos momentos em que estivera sóbrio durante a viagem, sobre qual era a maior cidade do mundo. Enquanto ele próprio defendia ser Karth, o tripulante dizia insistentemente sobre a capital do Império. - Veja só o tamanho desse porto. Nem o de Karth é tão grande. 
Que a verdade seja dita, Senntisten havia se tornado uma enorme cidade em muito pouco tempo. Em grande parte pelo medo das pessoas de viverem em alguns dos reinos, outras pela chance de lucrar com a enorme concentração de nobres e o comércio que se tornava cada vez mais intenso, mas a cidade saíra do nada para a glória em menos de vinte anos. Não se igualava às maiores cidades do mundo, talvez, como Faladore e Ardonha, mas as passaria em pouco tempo e isso era claro. Senntisten era a capital do mundo, tal como a de outrora havia sido.
O caminho do porto para a Fortaleza de Fenrir era curto, depois de Daeron arranjar um cavalo. Ainda assim não se arriscava a se livrar do disfarce, pois temia que as notícias da recompensa já tivessem chegado na capital. Ele consegue entrada na fortaleza disfarçado como mercador, pedindo uma chance de falar com o imperador sobre um grande contrato de negócio a ser fechado... Mas, quando chegara aos pés do enorme trono imperial, se livrara de tudo aquilo e revelara sua verdadeira identidade. Não ao imperador, mas sim ao que estava sentado no trono naquele dia, a Mão Dourada, Lorde Annatar Laennish. Por vezes, era difícil lembrar que se tratava de seu avô por parte de mãe.
- O Rei Kavvin me desafiou, meu lorde, me convocou para um duelo na própria sala do trono. - Daeron tentava explicar, com suas últimas esperanças se esvaindo quando percebia o quão imóvel se mantinha a face da Mão Dourada, sem esboçar uma reação de concordância. - Ele disse que era meu dever enquanto súdito obedecer ao rei. Ordenou que eu desembainhasse minha espada e lutasse com ele, e foi o que fiz. Mas ele próprio se jogou contra ela, e acabou sendo empalado. Eu juro por Zaros e por todos os outros deuses, isso não foi minha culpa! - E pôs-se a suplicar pelo perdão imperial por mais um bom tempo até ter uma resposta. - Kavvin sempre foi um tolo. - Foi a única coisa que ouviu antes de ver Annatar se erguer e sair em passos largos da sala do trono.
Naquela noite, dormiu se sentindo seguro pela primeira vez em mais de dez dias, num quarto que lhe havia sido designado. O pai retornava da viagem que havia feito junto com o imperador para Varrock, lhe informaram, e isso o tranquilizava um pouco. Seria mais fácil lidar com ele do que com o 'honrado' Lorde Annatar, que sequer ajudava o próprio neto diretamente.
Quando viu o pai entrar no quarto, já era pela tarde do dia seguinte. Não tinha tido vontade de sair dali, muito menos de ir descobrir se passaria mais uma noite com a cabeça colada ao corpo. Mas as notícias que Virtus traziam eram boas. - Você será perdoado hoje. - O pai avisa. - Em frente à toda corte, na festa imperial que será sediada esta noite. O próprio imperador o fará, mas... Segundo as leis do Kharid, você ainda é um condenado à morte, e nem eu poderei livrá-lo. - Um suspiro descontente demonstrava que aquilo estava realmente fora do alcance dele. - O imperador e a mão acharam de bom grado enviar-me de volta ao deserto para governar. É uma pena que não poderei ter você comigo, mas você poderá ficar aqui.
As horas se passaram arrastando, mas a noite chegou. A festa passava-se igualmente cinza, disforme e sem gosto, até que o imperador se erguia no trono, com uma mão erguida, exigindo silêncio. Daeron só o havia visto em duas ocasiões, mas nessa, ele parecia muito mais altivo. O pai estava do lado esquerdo do trono, num assento preparado para ele, enquanto o Lorde Laennish se encontrava do lado direito, de pé. - Essa noite, declaro oficialmente iniciadas as festas da Ascensão. - Agora entendia o motivo da viagem do pai e do imperador. Era a Semana da Ascensão, uma semana de festividades que reunia atrações de todo o Império, assim como lordes e reis, para a comemoração da Semana Imperial, o período que foi considerado crucial para o início do império. - Antes que a festa comece, tenho os pronunciamentos a fazer. - O Imperador diz após receber um papel de sua Mão Dourada. Parecia igualmente enfadonho para ele falar tudo o que estava escrito, tal como era para os que assistiam, ouvir. - ... E, infelizmente, como podemos notar, hoje o Rei Kavvin não está entre nós como esteve sempre nos últimos anos. Isso ocorreu devido a um infeliz incidente, um duelo que acabou se tornando um desastre. Sor Daeron Mahgno, aproxime-se. - E ao ouvir o comando, o jovem dragão foi aos pés do trono, contou toda a história como havia sido dito para que o fizesse, pelo pai, e implorou pelo perdão imperial, que veio com mais facilidade do que ele esperava. Também ouve o imperador declarando o que ele próprio já sabia, sobre o retorno do pai ao Kharid e a vaga de Mestre das Leis em aberto. Ouvia, no caminho pelo longo salão para um dos corredores laterais, sobre outras declarações. A única que lhe chama atenção é a de que Trevyr Laennish estava retornando ao continente principal pois havia renunciado a sua posição de rei em Wushanko para dar o poder a seu filho, visando ter uma vida mais tranquila novamente. Se perguntava para quem seria tranquila, realmente.
Isso tudo agora pouco importava. Uma vez perdoado, Daeron não perde tempo e vai embora da Fortaleza de Fenrir, aproveitando-se das festividades que retiravam o foco da guarda, pois sabia que não haveria lugar seguro para si realmente. Era bem provável que enquanto a Rainha Alira respirasse, houvessem Sombras do Rei em seu encalço por onde quer que fosse.
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