O Sonho de uma Nação

A perda de fiéis e os boatos enfureceriam a alta hierarquia clerical de Entrana, que declararia serem vis e mentirosos, enviando navios abarrotados de grãos, alimentos imperecíveis, tecido e gado a Auvergne, onde distribuiria aos mais pobres e garantiria que o reino tivesse comida suficiente para suster-se durante todo o inverno sem que nenhum camponês passasse fome, mas o trabalho de caridade seria combinado à ação dos experientes missionários entranianos, que fortaleceriam a fé saradominista entre aqueles que adquiriram dúvidas e reconverteria à antiga religião boa parte dos novos armadyleanos (10%). Os bons resultados fariam o Sumo-Sacerdote enviar também médicos e professores a Auvergne para apoiar a plebe local, provando aos auvergneses suas verdadeiras intenções.

Erik viajaria ao sul, para Reims, acompanhado de uma comitiva de veteranos de guerra dos Guardiões de Armadyl, para negociar com o duque Louis. No castelo da província sulista, o guardião seria recebido no salão ao mesmo tempo que um clérigo saradominista, Maxwell Fontaine, bispo de Plasveld, que traria à presença de Louis dois prisioneiros, o barão Johan Thorbecke e um camponês chamado Freud, acusados de sodomia. O duque manteria os prisioneiros sob sua custódia, dispensando o bispo, que sairia do salão demonstrando certa satisfação.

Com a saída do clérigo, Louis ordenaria que seu primo, Cecil, providenciasse um banho, roupas limpas, água e comida aos prisioneiros antes que eles fossem levados ao calabouços. Este pestanejaria um pouco, mas obedeceria. Erik pediria então uma reunião privada com o duque, que seguiria com o guardião até seu escritório. Louis revelaria estar disposto a manter uma relação amigável com Ikov, alertando Erik que a doação de terras à nação armadyleana havia despertado o furor de nobres ricos, ligados ao comércio, que detinham a posse dessas terras, embora não houvesse nelas uma ocupação efetiva, e se Thoros não conseguisse apaziguá-los com um bom acordo, a riqueza dos mesmos seria usada como arma contra Ikov.

No fim o nobre Carnillean entregaria um anel de ouro com uma grande esmeralda cujo formato assemelhava-se ao bico de uma coruja a Erik, pedindo-lhe que o colocasse em Ikov como sinal de sua amizade, prometendo ajudá-los contra qualquer agressão dos nobres que ele havia mencionado e da nova igreja que se formava em Kandarin, embora pedisse que tais palavras não chegassem ao conhecimento de ninguém mais. Além disso, eles assinariam acordos comerciais, Amiens trocaria derivados da pecuária por derivados do corte de lenha com Ikov, e Troyes trocaria derivados da agricultura por derivados da caça com o Pico das Águias, faltando apenas as assinaturas do Grão-Mestre dos Guardiões de da duquesa Anne Valois, esposa de Louis, para que os tratados entrassem em vigor.

Antes que Erik pudesse sair, no entanto, Louis surpreenderia-o entregando-lhe um manto cinzento e vestindo outro, além de pegar mais dois e carregá-los no ombro. O duque levaria o guardião por caminhos secretos no castelo que levariam ao calabouço, onde eles libertariam os dois prisioneiros secretamente, disfarçando-os também com os mantos, e fugiriam por córregos subterrâneos até a superfície, na margem oriental do Donha. Louis entregaria duas sacolas de dinheiro, cada uma com cem moedas, a Johan e a Freud, e pediria que Erik os levasse até Ikov em segurança, onde poderiam viver. Os homens seriam disfarçados de guardiões de Armadyl e partiriam com a comitiva no dia seguinte. Do castelo surgiria a versão que um levante revolucionário zamorakiano estaria por trás da fuga.

Em Ikov, Johan Thorbecke e Freud, que assumiria o sobrenome Thorbecke também, refariam suas vidas. Erik entregaria o documento dos acordos ao grão-mestre, que o assinaria, e enviaria-o de volta a Louis. O anel seria posto no Grande Salão do Castelo de Ikov, simbolizando a amizade recém-consolidada.